Hércules passa a demonstrar no Fluminense o desempenho aguardado desde sua chegada ao Rio de Janeiro. Adquirido por R$ 29 milhões do Fortaleza, o meio-campista se transformou na maior negociação da história do futebol nordestino — e foi visto como uma contratação de grande impacto pelo Tricolor.
No entanto, o começo foi complicado. O meio-campista enfrentou obstáculos para se adaptar, teve dificuldades de entrosamento e seu rendimento ficou abaixo do que apresentava no Fortaleza.
Esse panorama começou a se transformar nos três jogos mais recentes. Depois de um curto tempo entre os suplentes, o jovem de número 35 retornou à equipe com uma exibição de destaque diante do Juventude — marcando, inclusive, seu primeiro gol pelo Tricolor.
Além da confiança conquistada com o primeiro gol, aquela performance simbolizou uma mudança significativa em sua adaptação e na clareza do seu papel dentro do time. A dupla com Martinelli começou a funcionar com mais eficiência e contribuiu para duas vitórias — sobre Aparecidense e Vasco — nas quais ele se destacou em campo.
Mas será que apenas a confiança foi responsável por essa mudança? Na visão do comentarista Rodrigo Coutinho, o crescimento do meio-campista também resulta de um processo natural de adaptação e de uma melhor compreensão, por parte da comissão técnica, de suas qualidades mais marcantes.
— Creio que, aos poucos, o Renato tem entendido as características dele. Hércules é um volante de infiltração, capacidade de chegar na área para finalizar ou servir um companheiro. Não é um volante de articulação de jogadas, de gerir o ritmo do time. Quanto mais tiver liberdade para se projetar, melhor renderá. Sem ficar preso na zona de construção das jogadas. Também pode agregar muito em subidas de marcação, tem capacidade física para isso — explicou Rodrigo Coutinho.
Essa compreensão permitiu uma alteração no posicionamento da dupla com Martinelli. O camisa 8 assumiu um papel mais criativo na armação das jogadas, enquanto o jogador piauiense passou a se sobressair nas ações de pressão na saída de bola do rival, nas infiltrações e na chegada ao ataque.