CHEGAMOS AO LIMITE. DESABAFO DE UM SÓCIO TORCEDOR – Coluna Wagner Aieta

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Recebi hoje pela manhã esse texto do meu amigo Marcelo Pimentel e resolvi publicar. O que ele sente é o que vários Torcedores do Fluminense gostariam de dizer e sentem.

Chegamos ao limite

Sempre respeitei o presidente Mário Bittencourt. O título da Libertadores foi um marco na história do Fluminense, e isso ninguém tem dúvida. Mas não será isso que dará um salvo conduto para os constantes absurdos praticados em Laranjeiras.

O espírito público que se espera de uma autoridade está em falta no Brasil. Seja na política, seja nas associações, como os clubes de futebol. E parece cada vez mais que o presidente do Fluminense trata a instituição como sua propriedade sem ter a necessidade de prestar contas a quem quer que seja.

Com uma claque que silencia por razões nada republicanas, que já chegou a me ameaçar na arquibancada se não parasse de xingar o presidente (trata-se de uma torcida imponente) o presidente do Fluminense transforma-se no intocável mandatário que tudo pode fazer porque já dominou as massas.

Gasta-se milhões com contratações absurdas, arrecada-se mais, no entanto nosso endividamento não se reduz. Contrata-se um técnico que decide se vai trabalhar ou não e está tudo certo. Onde nós vamos parar, Fluminense?

Cheguei ao meu limite. Todo respeito que tinha com a diretoria do Fluminense, com o presidente, se perdeu por completo ontem com o jogo na Bolívia. Já havia escrito sobre isso ontem no artigo “Planejamento de Botequim”. Agora vou para a fronteira do embate.

Chega Sr. Presidente Mário Bittencourt. O senhor está brincando com uma torcida que merece respeito. O que foi feito ontem merecia demissão sumária do treinador e desligamento de meia dúzia de jogadores (sic) que nunca deveriam figurar no elenco do time.

A 30 dias da primeira Copa do Mundo de Clubes, o que fluminense apresenta para a competição? Sendo um dos quatro clubes brasileiros a representar o país, o que podemos esperar do nosso desempenho? Que decepção, presidente! Que tristeza! Sou daqueles que desejava que o senhor brilhasse, porque assim o Fluminense cresceria. Mas o que vemos hoje é uma preocupação hercúlea para vender o Fluminense na bacia das almas e assim garantir a sua perpetuidade no poder.

Se tenho vergonha do que vi ontem, tenho mais vergonha do torcedor que prefere ficar preso a 2023 e achar que até a eternidade lembraremos: Ah, ganhamos a Libertadores! Quem vive de história é museu, agora é guerra!

Marcelo Pimentel é doutor em Ciência Política pela Universidade de Lisboa e Sócio-Torcedor.

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