“Porquê voto, sim, para a SAF “do Mário” coluna de Opinião por Crys Bruno

Coluna DESTAQUE Opinião

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Porquê voto, sim, para a SAF “do Mário”.
Toda mudança gera medo. Esse medo é humano. Por isso, como muitos tricolores, eu sei que é uma decisão muito difícil.
Entretanto, com mais de 35 anos de arquibancada, após pesquisa cuidadosa sobre a Lei da SAF e diante das informações divulgadas, discorrerei os fatores que convenceram de que essa SAF será o melhor para o Fluminense.
E, mais que isso: de que tem que ser agora pois não temos mais tempo.
Antes… Toques rápidos:
I – sempre me incomoda quando ouço que o “O Fluminense é da sua torcida.”
Não é verdade. O Fluminense nunca foi meu; nunca foi da torcida.
Eu que escolhi ser do Fluminense.
II – depois do início do fim do Fluminense Football Club, naquela inacreditável vitória de Fábio Egypto sobre José Carlos Vilela, o Fluminense derrete-se, próximo à decomposição, em 2025, desse jeito:

  • desequipado, fraco politicamente; facilmente prejudicado em campo pela arbitragem e fora de campo facilmente caluniado em sua imagem e história.
    O medo é humano. Compreendo. Mas a coragem, também. Coragem, tricolores! Coragem daquele que, historicamente, sempre esteve à frente do seu tempo.
    O senhor, presidente Mário, está prestes a cobrir sua multidão de erros com o movimento que deverá restituir o Fluminense Football Club como clube de futebol.
    Faça o que deve ser feito como o senhor pode fazer: muito bem feito.
    *
    PONTOS CRÍTICOS AUMENTAM MINHA CONVICÇÃO.
    Após anos afastada das crônicas, eu solicitei ao Canal FluNews um espaço para registrar o meu voto a favor da SAF e apoio ao modelo apresentado pela diretoria.
    A decisão, tomada sob cautela, definiu-se após uma conversa com um jovem e grande tricolor, na última quinta-feira.
    Ele me abordou com dúvidas e angustias naturais e salutares que, nós, torcedores comuns e apaixonados, sobrecarregados de informações e estórias, entulhamos
    Destacarei as principais:
    ” – Por que só mostrou uma proposta? Não mencionou outras propostas como dos árabes e outras que disseram que chegaram?”
    Pessoal, diferente de negociar um atleta, quando ouvimos e buscamos várias propostas e depois colocamos na mesa para a/o atleta decidir, negociar um departamento de futebol difere, especialmente, para que se evite leilões.
    Não é proibido mas não é um comportamento bem visto no processo de cisão empresarial.
    É procedimento aconselhável, a escolha do perfil (função do presidente do clube); busca desse perfil; negociação amarrando os termos contratuais; acordar, e aí, sim, apresenta-se uma proposta.
    Só se ouve outra proposta quando uma negociação esgotar-se por completo.
    Sobre o perfil escolhido, eu considero que não poderia ser melhor.
    Um fundo renomado de gestão de recursos e tem imagem a zelar no Brasil!
    Além disso, serem tricolores agrega identidade.
    São pessoas que conhecem o funcionamento político, judiciário, econômico e cultural do nosso país e aprenderam sobre o perfil e força incríveis para uma SAF que o Fluminense tem no cenário futebolístico.
    Confesso que não me agradaria virar SAF do Grupo City nem SAF de uma rede de clubes como John Textor, nem dos árabes, que também costumam possuir mais de um clube.
    Não há crítica, por favor: até porque sabemos que Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Vasco, enfim, cada clube virou SAF sob um contexto e que clubes de futebol são incomparáveis entre si.
    O Fluminense realizará sua SAF ainda na 1° divisão.
    Um clube que, mesmo à míngua, é tetracampeão brasileiro, conquistou uma Libertadores, mostrando camisa pesada, além de uma torcida carismática.
    Outra questão que o incomodava era o Mário ser o CEO: “-Essa não me caiu bem”, argumentou.
    Não caiu bem para ninguém com o mínimo de bom senso que acompanha e torce para o Fluminense.
    A 1° reação é a mesma: não tinha necessidade do Mário se expor assim. A ação, embora legal e prevista na Lei da SAF, parece-me desnecessária.
    Entretanto, buscando entender, respirei, inspirei, expirei, enquanto acompanhava a repercussão naturalmente negativa.
    Alguns dias passaram-se e certas reações também passaram do ponto…
    A proporção negativa que deram ao fato, com protagonismo e importância muito maiores a possível escolha do Mário como CEO superou a NECESSIDADE VITAL do Fluminense em tornar seu futebol SAF.
    Esse foi outro ponto que pesou.
    Algo que não me surpreende, afinal, a saúde financeira e o rendimento esportivo do futebol do Fluminense nunca foram prioridades para 99% daqueles que frequentam e fazem a política do clube.
    Mais uma vez, ponderei, refleti, tentei colar os recortes, entender os contrapontos, pôr na balança os prós e contras até decidir tornar meu voto publicamente declarado: sim à SAF.
    EIS A QUESTÃO.
    Por que Mário precisou se expor desse jeito agora?
    Não lhe seria muito mais confortável e sem o mesmo impacto negativo se ele empurrasse com a barriga?
    Todos sabem que ele elegeria/elegerá seu sucessor!
    Por que não esperou até o fim do ano para entregar a faixa e ser anunciado como CEO?
    Evitaria esse estridente ruído e negativa exposição. Não acham?
    Sim, pareceu-me que houve uma acelerada de outubro de 2024 para cá, naquele momento abismal, quando o Fluminense estava praticamente rebaixado para a Série B.
    Sendo assim, estaria o Fluminense sem condições de arcar com os pagamentos dos juros das dívidas a partir de um momento esse ano ou algo assim e fechar 2025?
    Para mim essa foi a mensagem clara do Mário: provavelmente, estamos ferrados. Eis a questão.
    Triste mas clara.
    Precisamos fazer essa SAF agora.
    No entanto, ainda com extrema dificuldade, busquei colar mais recortes…
    E se eu não conhecesse o ambiente do futebol, os trâmites, o dia a dia e bastidores, como esses investidores não conhecem, quem seria o CEO?
    Há sentido por ser ele reconhecido por ter boa circulação nos bastidores e bom relacionamento com outros clubes, dirigentes, agentes de atletas, atletas, aproveitá-lo como CEO num 1° MOMENTO?
    Num PRIMEIRO MOMENTO (grifo nosso) considerar aproveitá-lo para o cargo tem, sim, alguma lógica quando buscamos pensar com a mente de senso prático e pragmático dos gestores, sim, faz sentido por mais “feio” que seja.
    Num SEGUNDO MOMENTO, um estrangeiro (o Flamengo iniciou uma tendência que deverá “pegar”) seria meu plano para substituí-lo, caso Mário consiga a proeza de ser, mesmo em outro contexto, tão fraco nas escolhas e planejamento de CEO como foi de presidente.
    A diferença é que com a SAF, pressionado, poderá ser demitido a qualquer momento.
    Como associativo, todos mofam nos clubes que amamos, situação e “opositores”.
    Então, expirei quase aliviada. Quase.
    O ideal, sim, era se garantir como Associativo mas isso é mais utópico quanto eu ganhar na mega sena da virada.
    Não arriscarei ver o Fluminense rebaixado, inviabilizado, sofrendo transfer ban da FIFA porque acho o Mário, “isso, aquilo.”
    Não interessa quem será o CEO mas a SAF ser realizada e bem feita.
    SAF essa com pessoas que ganham dinheiro porque sabem cuidar do dinheiro dos outros.
    IMPORTANTE é a sobrevivência do Fluminense, reaver seu fortalecimento político, financeiro e desportivo equipado.
    Eu sei o que vivi entre 1996 à 2024.
    Votarei “sim” à SAF. Uma SAF que não é sobre Mário, João, José, Joaquim…
    Não vivo sem o “meu”, o “nosso” Fluminense.
    Escolhi ser dele.
    E por essa escolha, não há outra opção nem alternativa, tempo e saída: é SAF, já!
    Voto, sim, com profunda convicção e todo meu coração verde, branco e grená.
    —//—
    Crys Bruno é Pós-Graduada em Direito Privado, Especialização em Gestão Profissional do Futebol, Analista de Desempenho pela CBF, MBA em Jornalismo Esportivo, sócia-futebol do Fluminense e ex -cronista do FEA, Flu&Etc, Panorama Tricolor, NetFlu. Atualmente participa do Programa Conexão, no Resenha Tricolor 1902.

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