Mano Menezes não tem culpa pela fase do Fluminense, digo isso pensando não apenas no momento, mas voltando ao início de 2024. É preciso fazer uma análise mais profunda para encontrar o verdadeiro culpado pelo calvário tricolor que já dura mais de 1 ano.
O ano de 2024 se iniciou com o Fluminense campeão da América e vice-campeão mundial. O clube faturou no ano anterior um total de 700 milhões de reais, recorde na história do clube.
O Flu de Diniz tinha conceito de jogo, um futebol falado no mundo inteiro. Sem fazer grandes investimentos, o clube venceu a competição mais desejada e difícil da América, muito pelo trabalho do seu treinador, afinal: quem era Nino antes do Diniz? André? Árias? Samuel Xavier sempre massacrado pela torcida. Todos os jogadores foram potencializados pelo comando técnico e tático.
Passado o ano de 2023, o time jogou até a véspera de Natal e, portanto, voltou aos treinamentos um mês depois de todos os outros, sabendo que teria 15 dias para treinar e se preparar para a final da recopa, contra nosso algoz LDU.
Esse é o ponto-chave de todo fracasso do Fluminense nesse pouco mais de um ano. A direção deveria ter planejado e investido num elenco mais jovem, mais capacitado, tecnicamente, para suportar as lesões que viriam por conta de uma pré-temporada mal feita. Pois bem, gastaram míseros 14 milhões para montar o elenco de 2024, o treinador pediu apenas um jogador, visto as dificuldades financeiras enfrentadas pelo clube, o Luis Henrique. Não foi atendido, um jogador que foi o melhor do continente ano passado e deu dois títulos ao nosso rival. Custava 90 milhões.
No primeiro semestre de 2024, o time teve, de forma esperada, 36 desfalques e clube algum suporta tantas lesões. Já seria difícil manter o rendimento com um investimento necessário, sem investir ficou impossível. Você perde o Nino e tem Antônio Carlos para repor, perde André, e tem Gabriel Pires, perde Árias e tem Marquinhos, perde Ganso e tem Renato Augusto, não dá para suportar, não dá para manter o nível de atuações. Sem falar nas lesões de Marcelo, Martinelli, Cano e tantos outros naquele período.
Nossa cultura é de culpar o treinador, ainda que ele tenha feito tanto pelo clube, a torcida é apaixonada e irracional em muitas ocasiões, pressionaram tanto e o Diniz caiu.
A direção demitiu o treinador que mais fez pelo clube depois de Parreira (opinião pessoal), e logo após a demissão, gastou quase 80 milhões em contratações, ou seja: reconheceu que errou, que precisava ter investido mais forte no início do ano, mas alguém viu o presidente bater no peito e assumir a culpa? O cara parece querer brilhar mais do que o clube, se acovardou e veio com a desculpa de que era preciso refazer a rota. A pergunta que fica é: por que não gastou esse valor no início do ano e trouxe o Luis Henrique? Achou que o treinador faria milagre a cada temporada?
A volta do Árias da Copa América, a estreia do Thiago Silva, junto dos investimentos feitos, deram mais corpo ao elenco, que conseguiu livrar o rebaixamento.
Início de 2025, e a diretoria tentando não repetir o equívoco de 2024, e ratificando seu erro do ano anterior, gastou mais de 150 milhões para montar o elenco, de forma correta, como deve ser. Mas esqueceu de que faltava comando, conceito de jogo e liderança por parte do seu treinador, que, repito: não tem culpa de estar ali, o ônus é todo da direção. Erro atrás de erro, lá se vão mais de um ano nesse sofrimento.
Concluo o texto deixando clara minha preferência pelo Diniz no comando do Fluminense, pelo que fez e por toda injustiça que essa diretoria cometeu com um ídolo como ele. O futebol não é matemática, não é uma ciência exata, portanto não sei se seria positivo esse retorno, mas em reparação ao que foi feito com ele, seria justíssimo. Ele merece um investimento que teve o Mano, merece disputar esse mundial visto que, por conta do seu brilhante trabalho, estaremos nessa disputa histórica.
Finalizo certo de que nunca é tarde para se acertar, mas é preciso reconhecer e assumir o erro. Ao Mário, espero que ele mate essa bola pesada no peito e dê ao time vida e coragem!
VITÓRIA FLUMINENSE!