O MEDO DE PERDER, TIRA A VONTADE DE VENCER!

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O MEDO DE PERDER, TIRA A VONTADE DE VENCER!

Maracanã…
Muita correria para entrar no estádio, ambulantes ainda se organizando e a multidão passando sem os perceberem, muitas motos, trem lotado, trânsito intenso… jogo de vida ou morte, horário penoso… assim começamos a saga desta rodada 35 de um Brasileirão que não nos fará sentir saudades. Entre correrias, “ois” e atropelos, sem tempo de resenha, chega a imensa massa Tricolor, mais de 41 mil vozes… vozes??? Sim! Todas embargadas pela ansiedade, pelo drama, pela situação que o Fluminense se colocou, o que houve? Difícil dizer, mas fácil de entender! Como entender? Percebendo o que houve no inicio do ano, a soberba de um campeonato que acabou fazendo a cortina de fumaça para a real situação, o time dos amigos não responde mais, seria a percepção de que o profissionalismo não pode estar atrás da relação de amizade? A Recopa Sulamericana era uma questão de honra, afinal, o fantasma da LDU não poderia perambular pelo Rio novamente, Exorcismo é o nome! Você trocaria o rebaixamento pelo titulo da Recopa contra a LDU, ou não? Qual fantasma seria mais assustador? Se essa pergunta fosse feita no inicio da temporada muitos iriam rir, ficariam incrédulos com a indagação, chamariam o autor do questionamento de louco, maluco, insano, mas é assim que chegamos a este dia 26 de novembro de 2024, com este ponto de interrogação na cabeça…
Hoje o Fluminense, por mais que me doa escrever este texto, não é, nem de longe, o Fluminense que estamos acostumados a ver, cadê aquele time que não aceita perder? Cadê aquele time que busca a vitória com ímpeto de vencedor? Cadê o Meu Fluminense? Foi assim que se deu Fluminense x Criciuma, em pleno Maracanã, um time que sabíamos que viria com uma linha de cinco defensores e mais uma linha de quatro a frente da zaga, ferrolho. Não precisava nem ter dado dois treinos para saber o que fariam, pois vimos eles fazendo isso nos últimos jogos, pois querem a sobrevida, e pontuar fora seria importante pra eles, e o que o Fluminense fez? Teve paciência, teve tanta paciência que tirou a paciência da Torcida! A ansiedade toma conta do estádio desde o primeiro minuto, a bateria não parou um só minuto, mas o Torcedor parecia sem a força necessária para soltar a voz, poucos cantavam, mas temos que salientar, poucos reclamavam, a incredulidade tomava conta, a perplexidade era nítida, a angustia de todos era estampada nos rostos, nos gestos, nos inícios de cânticos que acabavam “morrendo” … a torcida estava ávida a explodir, mas a sonolência do time era irritante…
As melhores jogadas vinham dos pés do Maestro Ganso e do Pelé Colombiano, mas para aumentar o sofrimento Ganso sente uma contusão ainda no início do jogo, entra Renato Augusto, que apesar da nítida lentidão, correu, tentou chutes de fora da área, mas era nítido que faltava algo… Kauã Elias fazia sua correria costumeira, até que levou algum perigo, mas ainda era pouco, vou poupa-lo das críticas, cada um oferece o que tem… e foi assim que recebemos no segundo tempo Serna e Marquinhos, se em outros momentos da temporada se mostraram grandes opções, ontem não! Precisávamos de poder de fogo, de finalizadores, olhar para o banco de reservas e perceber que falta isso beira a loucura, Cano este ano não conseguiu se firmar, muitas contusões, eis que o Fluminense trás um “reforço”, João Neto, e ontem é chamado pelo treinador, tira o colete, vai para a lateral do campo e …… quem entra é o Marquinhos. Não sei se ele seria a solução, se faria o gol, mas me surpreendeu a mudança. Muito além das alternâncias da formação ofensiva, começamos com Arias, Kauã, Keno e Ganso e terminamos com Serna, Árias, Cano, Marquinhos, Renato Augusto e Lima, o que me deixou realmente incrédulo foi a atuação de dois jogadores em especial, Samuel Xavier e Diogo Barbosa, porque atuaram tão atrás? Porque fizeram um jogo tão defensivo e burocrático? Diogo não fez uma jogada sequer de linha de fundo, mesmo quando Keno, que pra mim se salvou nesse time de ontem, vinha sendo o ponto de desequilíbrio e mostrando muita vontade de atacar e nosso lateral esquerdo não “dialogava” com o ponta, todas as bolas que passavam pelos pés do Diogo Barbosa ou eram tocadas para o Keno ir sozinho, ou ele cortava pra dentro, procurando o pior caminho, esbarrando na retranca catarinense, parecia medo de errar, de comprometer, que feijão com arroz insosso… já pelo lado direito, no início do jogo, enquanto Ganso vinha triangular com Árias e Xavier, o Lateral conseguiu contribuir com o time, mas depois da saída do meia, Samuel Xavier tomou aquela pílula do Chapolim Colorado, a pílula de nanicolina, se encolheu e quase sumiu do jogo, só foi lembrado pelos péssimos cruzamentos das intermediaria, sumindo ainda mais quando entrou Marquinhos pelo seu setor, que acabou ficando responsável por errar os cruzamentos.
Se Julio César salvou o Fluminense de um rebaixamento com suas defesas contra o América Mineiro em 2018, ontem poderemos creditar ao Fábio o titulo de salvador da pátria se tudo der certo no fim do campeonato, além de “leiteiro”, com as duas bolas explodindo nos postes na mesma jogada, a defesa monstruosa que ele praticou nem Gordon Banks conseguiu produzir.
Foram oito minutos de acréscimos, mas poderiam ter sido trinta… o Fluminense não parecia ter a vontade de vencer, queria ganhar, mas não queria vencer!
Difícil dizer o que deu certo ontem, nada funcionou, mas sabemos o que deve mudar para o próximo confronto contra o Athletico Pr, na Ligga Arena, A POSTURA.
SE NÃO TIVER ENTREGA, NÃO HAVERÁ SALVAÇÃO!

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