Didi: o melhor futebol da Máquina.
“OS 18 TREINADORES QUE MARCARAM A HISTÓRIA DO FLUMINENSE”
Foram pouco mais de 5 meses à frente da Máquina de 1975. Didi foi contratado para dirigir a equipe tricolor para a 2a. fase do Campeonato Brasileiro. E o maior meio-campista já visto dentro dos gramados brasileiros, se transformou num treinador diferente. Bastava ver o que havia realizado diante da Seleção Peruana, no Mundial do México, em 1970.
Foram partidas memoráveis, inesquecíveis para os torcedores que tiveram a felicidade de presenciar aquelas aulas de como jogar futebol:
4 x 1 no Goiás;
4 x 1 no Vasco;
3 x 0 no Flamengo;
3 x 0 no Sport;
4 x 0 no Nacional;
2 x 1 no Cruzeiro (de virada em pleno Mineirão, com direito à gol olímpico do Paulo Cezar Caju);
2 x 0 no Botafogo;
2 x 1 no Guarani (em pleno estádio Brinco de Ouro da Princesa, com quebra de recorde de público);
4 x 2 no Palmeiras (aula do que hoje, 49 anos depois, definem como futebol moderno).
O Fluminense fez as melhores campanhas na 2a. e 3a. fase.
Perdeu na semifinal para o Internacional, em pleno Maracanã, diante de 110 mil torcedores. Derrota justa, naqueles dias que nada dá certo.
Mas a magia daquele futebol até hoje brilha na retina daquela geração de torcedores.
Uma das grandes aulas foi contra o Flamengo:
“O jogo:
O Fluminense era o grande favorito, mas como não teria Rivelino nem Paulo Cesar Caju, a partida ganhava um tom de equilíbrio, o que de fato aconteceu nos primeiros minutos. No entanto, o Tricolor aos poucos foi se impondo e criando as melhores chances. Até que em, um lance de contragolpe, Zé Mario lança Gil pelo meio da zaga rubro-negra. O atacante toca no cantinho na saída de Renato, abrindo o placar aos 33 da primeira etapa. Na base da raça, o Fla por pouco não empata a um minuto do fim do primeiro tempo. Geraldo lança Paulinho na direita, porém Assis chega na hora H e evita o gol.
O lance animou os flamenguistas que voltaram correndo dobrado no segundo período. Mas a marcação do Flu era perfeita, não dando qualquer espaço ao adversário. Os contra-ataques continuavam a ser as melhores armas do Tricolor. Em um deles, Luis Carlos derruba Gil na meia direita, a um passo da grande área. O lateral marco António bate a falta com precisão no ângulo. A pelota explode no travessão e cai dentro do gol. Flu 2 a 0. O Fla se desestabiliza totalmente e Geraldo reclamada arbitragem, xinga Arnaldo Cesar Coelho e acaba expulso, três minutos depois. O Flu sacramentou a vitória e os três pontos em nova jogada rápida. Gil cruza da direita para Marco Antônio. Que passa por Dequinha e Junior, o Leovegildo, que nessa época ainda era lateral-direito, e chuta forte, quase sem ângulo. Renato ainda toca na bola, mas não evita o terceiro gol. Em pleno feriado de finados o Flu mata o tabu e enterra o Fla sem piedade no Maraca.
Ficha Técnica:
Domingo, 2 de novembro de 1975
Maracanã – Fluminense 3 x 0 Flamengo
Árbitro: Arnaldo César Coelho
Expulsão: Geraldo
Gols: Gil aos 33’ no 1º tempo; Marco Antônio aos 16’ e aos 20’ no 2º tempo
Fluminense: Félix (Roberto), Zé Maria, Silveira, Assis e Marco Antônio; Zé Mário, Pintinho (Rubens Galaxie) e Cléber; Gil, Manfrini e Zé Roberto.Téc.: Didi.
Flamengo: Renato, Júnior, Dequinha, Luis Carlos e Rodrigues Neto; Liminha, Geraldo e Tadeu; Paulinho (Caio) Luisinho Lemos e Zico. Téc.; Carlos Froner”.
Mas a maior exibição foi a vitória contra o Palmeiras:
“Com Rivellino, ‘Máquina Tricolor’ bate Palmeiras no Brasileiro de 1975
Fluminense e Palmeiras disputaram uma vaga na semifinal do Campeonato Brasileiro de 1975, no Maracanã. Naquele 3 de dezembro, a “Máquina Tricolor”, do técnico Didi, com Rivellino, Paulo César Caju, Marco Antônio, Gil, Manfrini e Mário Sérgio não deu chances ao esquadrão paulista, comandado por Ademir da Guia, Leão, Edu e Nei.
Sem Luis Pereira e Leivinha, que haviam sido negociados com o Atlético de Madrid, o alviverde de Palestra Itália não foi páreo para os cariocas, que abriram o placar logo aos quatro minutos de jogo. Edinho fez bela jogada pela esquerda e cruzou para Manfrini bater forte: 1 a 0.
O início da segunda etapa foi avassalador. Aos 7 minutos, Gil fez grande jogada pela direita, ao driblar Arouca, João Carlos e soltar um forte chute cruzado.de canhota: 3 a 0. Um minuto depois, um golaço de Toninho Baiano. O lateral-direito roubou a bola de Alfredo Mostarda, correu como ponta, driblou Arouca e finalizou com força, sem chances para Leão: 4 a 0
Com a vaga assegurada entre os quatro primeiros do Brasileirão, o Fluminense diminuiu o ritmo e o Palmeiras aproveitou para descontar a desvantagem no placar. Aos 16 minutos, o ponta-esquerda Nei percorreu meio campo e bateu cruzado. Felix, goleiro da seleção em 1970, falhou e deixou a bola limpa para o ponta Edu fazer o primeiro gol palmeirense.
Aos 32, o segundo gol paulista. Edu cruzou da direita e Alfredo Mostarda, livre, testou colocado para diminuir ainda mais o placar. Mas a reação do Palmeiras ficou por aí e o Fluminense se garantiu para enfrentar o Internacional, de Falcão, Manga e Figueroa na semifinal.
FICHA TÉCNICA
FLUMINENSE-RJ 4 x 2 PALMEIRAS
Fluminense: Félix, Toninho, Silveira (Assis), Edinho, Marco Antônio, Zé Mário, Paulo César, Gil, Manfrini, Rivelino, Zé Roberto (Mário Sérgio). Técnico: Didi
Palmeiras: Leão, Eurico, Arouca, Alfredo, João Carlos, Édson, Ademir da Guia, Edu, Erb (Fedato), Mario, Nei.
Técnico: Dino Sani
Gols: Manfrini (Fluminense), 4 min, Paulo César (Fluminense), 38 min primeiro tempo, Gil (Fluminense), 7 min, Toninho (Fluminense), 8 min, Edu (Palmeiras), 16 min, Alfredo (Palmeiras), 32 min segundo tempo.
Local: Maracanã, Rio de Janeiro
Público: 58.073 pagantes
Renda: Cr$ 882.857,00
Árbitro: Saul Mendes (BA)”.
Sobre essa partida:
“Esta foi uma das maiores atuações daquele grande time do Fluminense”, disse Rivellino,que atuou pelo clube de 1975 a 1978, quando conquistou o bicampeonato carioca em 1975/76, mesmos anos nos quais chegou às semifinais das competições nacionais”
Didi foi citado por 48% dos entrevistados.
FRENTE AMPLA TRICOLOR