Em entrevista coletiva após o confronto no Couto Pereira, o técnico Mano Menezes analisou o jogo e apontou falhas em momentos de pressão do adversário.
— Foi um bom jogo de futebol, acho que é importante deixarmos isso claro para os torcedores de ambas as equipes. Disputado, intenso, como geralmente são os jogos de Libertadores. Até em clubes brasileiros, baixa um espírito de Libertadores. Iniciamos muito bem, com Martinelli por dentro junto com André. E Alexsander por fora para fazer uma barreira e ajudar o Esquerdinha, por ele ser jovem, e o Grêmio ter característica de jogar pelo lado com Pavón, depois o Soteldo. Entendemos que era necessário para o início. Ao mesmo tempo, tivemos saída para o ataque. Tivemos, por quatro vezes, um 4 contra 3 que deveríamos ter aproveitado para construir situações de gol, como fizemos em outras oportunidades. Com a saída do Martinelli por lesão, trouxemos Alexsander pra dentro e colocamos o Keno, para ter velocidade também pelo lado esquerdo, da mesma maneira como tínhamos pela direita. Demoramos um pouquinho para entrar no jogo, e o Grêmio teve seu momento um pouco melhor – disse Mano, acrescentando:
— Acho que as duas equipes voltaram para o segundo tempo buscando o resultado. Perdemos o Keno logo no início do segundo tempo, foi difícil para a gente. Se tivéssemos trocado o Keno no intervalo, eu teria duas situações (restantes) de mexida. Fiquei com uma só, e isso sim reduz. Já me obrigou a fazer logo duas alterações, senão ficaria numa situação difícil pra frente depois. Saímos na frente com uma jogada muito bem trabalhada, definição boa do Lima. A partir daí, tivemos as nossas dificuldades maiores. Ao sermos pressionados, saímos do jogo. Não retivemos mais a bola na frente, não tivemos mais uma saída lúcida, que é necessária, senão o adversário te amassa. Pecamos nesse aspecto como equipe, para encontrar as saídas para essas horas que vão acontecer. Levamos essa situação do jogo para lá, acho (que a disputa) está aberta. Não era o resultado que a gente queria, mas vamos trabalhar para fazer um jogo no nível que fizemos aqui, com chegada mais forte de área para tentar construir nossa vitória e classificação.
Foi questionado sibre o desequilíbrio da equipe após sofrer gols é psicológico?
— Penso sempre que é muito cômodo pro treinador dizer que é psicológico, outras coisas. Acredito muito em trabalho, parte tática, organização da equipe. O adversário também tem suas armas e trabalha para usá-las. O futebol é aproveitamento. Fizemos uma jogada lindíssima no primeiro tempo, entramos cara a cara, a bola bate embaixo do goleiro e quase entra, mas não entra. A deles foi uma cobrança que não bateu em ninguém. É muito raro essa bola entrar direto, mas entrou. As duas foram feitas… A nossa, talvez, até com mais qualidade para ser gol. Mas futebol é assim. Acho que a equipe tem que ter personalidade, ambição para saber jogar com placar favorável, mas também tem que ter organização para saber suportar a pressão que o adversário, ao estar com o placar desfavorável, vai impor. O Grêmio não vai aceitar derrota na Libertadores perdendo de 1 a 0 de forma generosa — analisou Mano
foto Lucas Merçon
