A sede nas Laranjeiras ganhou ares de tensão nesta quinta-feira, quando aconteceria a votação sobre o impeachment a Pedro Abad. Porém, o processo, protocolado desde agosto, acabou arquivado por não haver quórum mínimo. O que, aliás, era esperado por ambos os lados. Eram necessários, segundo o estatuto, 150 conselheiros presentes. Apenas 96 compareceram ao Salão Nobre, sendo que 254 estavam aptos a votar.
Aliados ao presidente, a Flusócio e o Esportes Olímpicos, que representam a maioria no Conselho Deliberativo, esvaziaram a reunião. Por sua vez, Abad acompanhou a assembleia ao lado de seu advogado, Fernando Setembrino, que tentou, na Justiça, suspendê-la.
No entorno do local, mais de 50 torcedores não se intimidaram com a segurança reforçada e protestaram contra a diretoria, exigindo a renúncia de Pedro Abad. Algo que se tornou comum nas arquibancadas e nas redes sociais.
– Abad, agora é sério: ou renúncia ou vai parar no cemitério – diziam os tricolores, enfurecidos.
Com a frustração nesta ocasião, a oposição formalizou, ainda ontem, um novo requerimento pelo impedimento, baseado na ação judicial do presidente contra o Fluminense. Foram recolhidas mais de 50 assinaturas – o mínimo estabelecido para o processo ser aberto.
Abaixo, confira um resumão do que rolou nas Laranjeiras:
Veto à imprensa
A princípio, a imprensa não teria acesso ao clube, a mando de Abad. Mas, após a pressão exercida por oposicionistas, o presidente do Conselho, Fernando Leite, autorizou a entrada dos jornalistas.
Pronunciamento de Pedro Abad
Pedro Abad esperou o encerramento da sessão desta quinta-feira para reunir a imprensa para um pronunciamento. No objetivo de trazer “paz” ao Fluminense, ele confirmou a intenção de antecipar as eleições de novembro de 2019.
Celso Barros
Possível candidato à presidência no ano que vem, Celso Barros, mesmo não sendo conselheiro, entrou no Salão Nobre para assistir ao encontro. Sócios-proprietários e contribuintes também tiveram acesso permitido, ao contrário dos sócios-torcedores.
Vaias ao advogado do presidente
Assim que comunicou a impossibilidade de realizar a sessão, Leite deu aos conselheiros a chance de se manifestar. Ex-vice-jurídico, Miguel Pachá, que abandonou o cargo em maio, alegou gestão temerária, lembrou o episódio das dispensas em 2017 e questionou a continuidade do projeto Flu-Samorin, na Eslováquia.
Enquanto discursava, quase foi interrompido por Fernando Setembrino, advogado de Abad, que queria tomar a palavra. No entanto, ouviu vaias da plateia.
Saudações Tricolores,
Nicholas Rodrigues.