Como não houve quórum mínimo para ocorrer a votação sobre o impeachment, Pedro Abad permanece no comando do Fluminense. Mas, possivelmente, por pouco tempo. Após a reunião desta quinta-feira, nas Laranjeiras, ele confirmou a intenção de antecipar as eleições de novembro de 2019, num primeiro momento, para o mês de março, segundo o Globoesporte.com.
– Vou formatar a possibilidade de novas eleições no menor prazo possível. Quero uma forma segura e de consenso para que possamos organizar novas eleições no início de 2019, o mais rapidamente possível. O Fluminense precisa de paz – disse o mandatário, emendando:
– A proposta tem que ser de consenso. Se não houver consenso em um curto período de tempo, eu vou levar a minha proposta porque o estatuto me concede esse direito. Vou chamar pessoas para participar do processo e tenho confiança de que todos vão saber dialogar para um acordo, um processo de transição calmo, sem atrapalhar o futebol.
A eleição envolveria só presidente e vice, sem alterações no quadro de conselheiros. Mas ainda não se sabe se seria um mandato “tampão”, até o pleito em novembro; de três anos; ou até novembro de 2022. Abad, portanto, pretende levar a discussão a figuras interessadas.
– Tenho minha ideia, mas prefiro não divulgar agora se vai ser um mandato de quatro anos ou mandato tampão. Prefiro conversar com todos sobre isso – revelou.
A medida, porém, depende de mudanças no estatuto. Logo, o presidente marcará um encontro para o dia 26, quarta-feira, somente com as principais lideranças políticas do Fluminense, para decidir o futuro da ideia. Caso se chegue a um acordo, será convocada uma Assembleia Geral, na qual, além dos conselheiros, os sócios votam.
– Eu quero devolver o poder de decidir quem vai ocupar essa cadeira. A assembleia geral, que são os sócios. No dia 26 de dezembro, vou convocar pessoas importantes no clube, como Mário Bitencourt, Ricardo Tenório, Celso Barros, Pedro Antônio, representantes dos Esportes Olímpicos, do clube social, da Flusócio. E tentar fazer uma alteração no estatuto para antecipar as eleições – explicou.
Nos últimos dias, circularam informações de que o presidente estaria considerando a renúncia ao cargo. Porém, ele declinou da possibilidade, principalmente, por ser contra os nomes que, nesse caso, assumiriam o poder.
– Eu não tenho apego ao cargo. Mais importante do que eu é a paz na instituição. Não irei renunciar ao meu cargo porque não vou deixar o clube na mão de quem não tem legitimidade para tal. Ainda mais que essas pessoas foram as que levaram o Fluminense para a Série C – disparou.
Apenas 96 conselheiros compareceram ao Salão Nobre para a sessão que poria em jogo a continuidade da gestão. A votação só poderia acontecer na presença de, pelo menos, 150 membros do Conselho Deliberativo. Assim, o processo acabou sendo arquivado, embora a oposição já tenha formalizado um novo requerimento favorável ao impeachment, depois de recolher mais de 50 assinaturas, ainda ontem.
– Me calei até o momento porque era necessário mostrar que eu não tinha receio do movimento de impedimento. Por mais que ele tivesse vários problemas e fosse até objeto de uma ação judicial impetrada por mim. Mas, se eu falasse antes, o absurdo que era esse processo podia parecer medo, o que eu não tinha.
Saudações Tricolores,
Nicholas Rodrigues.
Foto: Edgard Maciel de Sá | Globoesporte.com.