Fernando Diniz se vê preparado para “maior desafio da carreira” em retorno ao Fluminense

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Quinta-feira, o Fluminense apresentou aos jornalistas seu novo técnico. Desempregado desde junho, quando deixou o Atlético-PR, Fernando Diniz, como confessou, ouviu seu coração e decidiu assumir o que considera o maior desafio da carreira. Aos 44 anos, ele volta ao clube onde jogou, como meia, entre 2001 e 2003.

– Acredito que seja o maior desafio da minha carreira. Tenho uma história no clube e decidi com meu coração. Tive muita vontade de vir, e a ideia foi amadurecendo. Certeza que fiz a melhor opção – contou.

A apresentação ficou em segundo plano se comparada ao que ocorreria a partir de 20h, nas Laranjeiras. Quase 100 conselheiros se reuniram no Conselho Deliberativo para votar o impeachment de Pedro Abad. No entanto, não houve quórum mínimo e o presidente acabou mantido no cargo. A movimentação política no Fluminense, inclusive, atrasou a resposta de Diniz.

– Para tudo tem uma solução. Chego sabendo dos problemas do Fluminense, das dificuldades. Fluminense precisa de ajuda e venho para ajudar. Tenho muita identificação, foi uma honra defender o Fluminense por três anos. Espero resgatar essa história e dar minha colaboração para o clube viver dias melhores – disse.

A comissão técnica ganhará dois novos integrantes, que vêm junto com o treinador. Além disso, foi anunciada a promoção de Léo Percovich a auxiliar-permanente. Sobre novidades quanto a reforços, Fernando Diniz afirmou que as buscas no mercado estão em andamento, mas que ainda é cedo para comentar nomes.

– Muito prematuro ainda sobre reforços. Estamos buscando no mercado peças de reposição. Estamos mapeando o mercado. Ontem, sacramentamos a minha chegada e, a partir de hoje, tentamos formar o melhor elenco possível. Sabemos que, para jogar no Fluminense, temos que escolher bem. A pressão é diferente. Temos poucos recursos, o olhar tem que ser criterioso.

Diniz estava em Teresópolis, estudando no curso da CBF, quando encontrou Paulo Angioni, que ministraria aula aos treinadores, e ajustou os últimos detalhes da negociação.

– Tive muito tempo para ver jogos nos últimos meses, o curso da CBF. Coisas que reforçam o que penso, coisas que precisam de ajustes. O mais importante você não aprende em curso. É a condição humana, como tratar o grupo. A importância maior do curso da CBF foi a atmosfera criada, a convivência entre os treinadores. Momento de estudo, muitas horas, muita informação e teoria. Mas a atmosfera entre os treinadores une mais a classe. Foi um grande prazer participar. Esse respeito que tivemos lá une mais a classe.


Veja mais trechos da entrevista:

Desconfiança no Atlético-PR

– Na realidade eu não me coloco para provar por conta dessa pressão. Minha carreira sempre foi questionada desde 2009, na Terceira Divisão de São Paulo, e estou aqui hoje. Quando você faz algo diferente, causa dúvida principalmente na queda de rendimento. Atlético-PR foi sexto no Brasileiro e Campeão da Sul-Americana.

– Eu sai quando o time não estava bem, mas precisava de tempo e o time terminou bem o ano. Minha carreira está evoluindo. Estou mais maduro do que no ano passado. Experiência no Atlético foi ótima. A oscilação não conseguimos controlar. Mas ficou uma semente forte lá, uma maneira de jogar. O Tiago assumiu, deu sequência e os resultados vieram.

Filosofia de jogoo

– Tenho que melhorar o que venho fazendo. Acreditam que falta de qualidade dificulta a implantação do meu estilo de jogo. Tendo a achar que é ao contrário. Quero facilitar para os jogadores terem prazer e coragem de jogar. O jeito de jogar que proponho é para facilitar. Quando tem qualidade técnica e humana, tem mais chance de ganhar. Mas o estilo de jogo é uma solução. A essência do jogo que eu proponho se adapta ao jogador independente da qualidade técnica.

– Acredito muito que é possível implantar o sucesso do Audax. É preciso tempo. Com o Atlético, perdemos pela primeira vez no dia 5 de maio. Depois de um mês, o trabalho maravilhoso era trágico. Essa oscilação das pessoas no futebol eu não tenho. Meu olhar é mais frio. Sei que as derrotas causaram insegurança e geraram minha saída. Mas tinha muita coisa boa e muita coisa a melhorar.

Promessas do Fluminense

– O Paulo Angioni prometeu o de sempre. Muita ajuda, muita entrega, somos amigos. A figura dele pesou muito para eu aceitar o convite. Prazer, alegria, dá confiança para superar as dificuldades. Tudo foi pesado, estou muito feliz de ter tomado a decisão. A parte política não é da minha alçada. Sei dos problemas. Sabia que tinha que aceitar esse desafio. Estou preparado.

– Clube ideal não existe para ninguém. Temos que nos moldar à realidade para fazer ela virar algo ideal. Sei as condições que o Flu tem para me oferecer. Acredito na força do trabalho e chego mais maduro.

Rodolfo e Daniel

– Rodolfo trabalhei pouco com ele, sabe jogar com os pés, é um bom goleiro. Daniel teve boa passagem comigo em 2016 no Oeste, jogador muito técnico. Podemos ter a proximidade de se reencontrar de novo.

Gum

– Acho o Gum interessante, tem história vencedora. Assunto que a diretoria tem mais critérios para falar do que eu. Sempre admirei ele quando o enfrentei.

Metodologia de trabalho

– Todos os treinadores que tive me deixaram alguma marca. Difícil citar um ou outro. Me defino com a preocupação em melhorar os jogadores. Não só como jogador, mas como pessoa. Trabalho um jeito diferente de olhar a parte tática e gosto de intensidade nos treinamentos. Para que com isso a gente possa atender uma demanda importante, a ligação jogador torcedor.

Mensagem para a torcida

– A torcida pode esperar muito trabalho. Trabalhar com futebol para mim é terapia, me dá prazer. Dedicação, intensidade e um carinho enorme pela torcida. Tenho lembranças maravilhosas. Chegamos perto das finais dos Brasileiros em 2000, 2001 e 2002. Me sinto voltando para casa. Tenho identificação com a história do clube.


Saudações Tricolores,
Nicholas Rodrigues.

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