Fábio Moreno revela conversa com Abel Braga e prevê “desafio gigantesco” contra o América-MG

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Às vésperas do jogo que decide a permanência na primeira divisão, o Fluminense dispensou Marcelo Oliveira e confiou a Fábio Moreno, auxiliar-técnico permanente, a assumir a responsabilidade de comandar a equipe que precisa vencer ou, ao menos, empatar com o América-MG para, sem depender de adversários, se livrar do risco de rebaixamento.

– Recebi a notícia ontem (quinta-feira). Os resultados não são os esperados, estamos com dificuldade na reta final. Após a comunicação ao Marcelo, a direção me chamou e me avisou que eu comandaria o time. Eu, por trabalhar com Abel, sigo essa filosofia. Não dá e não é hora de inventar muito. O trabalho é entrar na cabeça do jogador, fazer o simples e um grande jogo – resumiu.

Envolvido num no que entende ser um “desafio gigantesco”, Fábio revelou, nesta sexta-feira, aos jornalistas, algumas conversas com Abel Braga, em quem se espelha. Ambos, geralmente, trabalham juntos, inclusive. Ele, no entanto, terá apenas dois treinos para incorporar suas ideias ao elenco.

– Não foi porque eu fui escolhido para comandar o time que passei a falar com o Abel. Falo sempre, assim como com outros. Ontem, por exemplo, falei com o Odair, do Inter. É claro que, por eu ter proximidade, a gente conversa. Mas ele tem a vida dele, eu a minha. Ele ficou contente, ressaltou a grande responsabilidade que é estar à frente do time. Ele me pediu que eu fizesse o que eu sei, que colocasse em prática os meus conhecimentos – contou.

Incomodados com a “queda livre” de um mês para cá, os jogadores, segundo Fábio Moreno, estão com o psicológico enfraquecido. Em cima disto que o técnico, que cobra maior protagonismo no Fluminense, trabalhará nesse curto período.

– Não importa o adversário, mas o Fluminense precisa se impor. O adversário tem de sentir o peso de enfrentar o Fluminense. Nestes dois dias, vamos tentar colocar na cabeça do jogador que temos de ser protagonistas. O momento que passamos é difícil, mas vamos trabalhar para isso. Montar uma estratégia para alcançar o objetivo – declarou, completando:

– Antes de atleta, o jogador é ser humano. Ele é suscetível a questões externas. Durante a semana se treina, se mostra o que se quer ou até se muda. Mas nem sempre isso é suficiente. Por ser auxiliar, se tem tempo de conhecer mais o jogador. É com você que ele se abre, que ele fala dos problemas, que ele se aproxima. Por isso, o auxiliar é fundamental. Como desenvolvi isso durante dois anos, vou tentar fazer isso. Dar confiança de que eles podem. Quem viu os últimos jogos percebeu que os atletas se esforçam e têm condições. Mas, pelo momento vivido, eles não conseguem. Precisamos estar juntos. O momento não é oportuno para fazer pedido ao torcedor, mas será necessário apoiar. Não é necessário mais cobrar, tudo já foi cobrado, agora é união. Vamos lutar até o final.


Veja mais trechos da entrevista:

Condição física de Ibañez, Airton e Gilberto
– Todo mundo que tiver condição física, ou seja, quem tiver apto a participar será inserido no contexto. A escolha respeitará a história de todo mundo. Não posso precisar se os jogadores que estavam machucados terão condições. Vamos avaliar todo mundo.

Mudanças
– Toda a vez que se troca o comando da equipe… a vontade de quem assume é mostrar o serviço. A gente não pode errar na medida. Não tem tempo de reverter tudo, mudar tudo. Ao assumir, naturalmente, se tem ânsia de colocar em prática as suas ideias. Será preciso dosar.

Legados de Abel Braga e Marcelo Oliveira
– Eu acho que a gente não precisa começar do zero. O Abel deixou, o Marcelo deixou. Todos que passaram aqui deixaram algo de bom. Então, o que tem de se fazer é colocar na cabeça do jogador que cada jogo é um jogo. Não tem como reverter o passado, mas podemos fazer um novo começo. Podemos fazer isso.

Desafio de assumir o time num momento crucial
– É gigantesco. O Fluminense não se encontra no lugar que deveria. A gente passou a temporada toda brigando por alguma coisa. No Carioca, estivemos a um passo de conseguir algo mais. Na Sul-Americana, batemos na semifinal. No Brasileiro, com a sequência negativa, perdemos a chance de ter algo melhor. A ideia é ajudar, colaborar para não brigar pelo rebaixamento. A queda significa uma série de dificuldades, como queda de receita. Sem falar a paixão do torcedor. Por tudo isso, sinto a responsabilidade que tenho. Mas também sei da competência e que o trabalho pode nos tirar dessa situação.

Abel irá ao jogo no domingo?
– Eu acho que ele não vai. Ele assiste muitos jogos. É um cara estudioso. É incrível a capacidade dele de estudar e de se aprimorar. Ele vai torcer e acompanhar. Sempre que pode, dá a opinião dele.

Voltará a trabalhar com Abel em 2019?
– Não dá para pensar nisso ainda. Estou focado no jogo de domingo. Queremos vencer. Respeito o América-MG e o Givanildo. Porém, o Fluminense é muito grande. A torcida exige a vitória. Depois do jogo, em dezembro, vamos ver. Eu não sei o que vai acontecer. Penso em tirar o Fluminense dessa situação. Apenas isso.

Filosofia de trabalho
– Eu venho trabalhando no futebol faz muito tempo apesar de ser jovem. Sempre na área de análise dos adversários. Conheci o Abel em 2003 na Ponte Preta, ao trabalhar com meu pai. Depois disso, rodei e voltei a trabalhar com ele em 2006 no Internacional. Meu pai faleceu em 2012, e o Abel me convidou para trabalhar no Fluminense. Cheguei faltando um jogo para o término do primeiro turno e fomos campeões.

Eu continuo com meus estudos. Estou matriculado para a licença PRO da CBF. Não é algo que tenha de ocorrer neste momento. Eu trabalhei com vários treinadores, inclusive com o Givanildo que será meu adversário no domingo.

Segredo quanto à escalação e ao esquema
Não quero dar armas ao Givanildo, um grande treinador. Vai ser na base da conversa. Com os trabalhos de hoje e amanhã, vamos ver qual a melhor estratégia para a partida, a que melhor vai encaixar. Será a melhor escolha.


Saudações Tricolores,
Nicholas Rodrigues.

Fonte: Globoesporte.com.

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