Ontem, domingo, 05/08/2018, cheguei ao Maracanã razoavelmente cedo, por volta das 17h:30min. Àquela hora, 90 minutos antes do início do jogo, já se prenunciava um baixo comparecimento da torcida tricolor. Cerca de dez minutos depois de saltar do transporte por aplicativo, eu já estava sentado ao lado de meia dúzia de gatos pingados no setor Sul inferior do estádio.
Eis que alguém do Flunews postou no grupo de WhatsApp um tweet do Sr. Dan Dan Infélix , para muitos o cérebro maior da Flusócio. Dizia a mensagem, em textual: “Vitória recoloca Flu na briga por G6. Nos últimos 4 jogos, foram 3 vitórias, promoção nos ingressos da Leste Sup. E tudo indica que teremos só os 15k de sempre. Fica difícil entender. Depois vão reclamar qdo o clube for obrigado a vender jogador…”.
O tweet transcrito tem 5 sentenças.
A primeira sentença – “Vitória recoloca Flu na briga por G6.” – é verdadeira e não tem déficit algum na mensagem idealizada pelo seu emissor.
A segunda sentença – “Nos últimos 4 jogos, foram 3 vitórias, promoção nos ingressos da Leste Sup.” -, embora verdadeira, traz consigo um déficit na mensagem, pois o pito feito pelo emissor seria, em tese,bem mais legítimo se a aludida promoção fosse mais ampla, estendendo-se, também, ao Setor Norte do estádio.
A terceira sentença – “E tudo indica que teremos só os 15k de sempre.”–a um só tempo, introduz um sofisma e traz uma exortação à divisão.Por partes. A expressão “… os 15k de sempre”, é bom lembrar, marcou as campanhas vitoriosas do Fluminense no Brasileirão de 2010 e de 2012, quando o time jogava no Engenhão, estádio que nunca caiu nas graças da torcida, apesar de ser nosso “salão de festas”. Resumindo, a frase historicamente precisa ser dita pelo Sr. DanDan Infélix seria “… os 15k característicos da gestão Flusócio…”. Algo similar ao América F.C dos anos 70 e 80. De mais a mais, o emissor da mensagem claramente divide os torcedores tricolores em duas categorias, dando a entender que os “… 15k de sempre…” seriam mais tricolores que os demais – inclusive os inválidos, os sem grana, os com problemas pessoais, os sócios torcedores que moram longe, os que associam o Fluminense de hoje ao DNA derrotista da Flusócio, etc. Eu, que compareço aos jogos com assiduidade, não me considero mais tricolor do que ninguém, com algumas exceções.
A quarta sentença – “Fica difícil entender.” -é um claro desserviço à própria Flusócio porquanto evidencia a incapacidade do grupo político na avaliação de cenários. Vai aí uma ajuda, Flusócio: o público é pequeno porque a torcida tricolor, desalentada, abandonou o time. Motivos para isso, infelizmente, não faltam: (a) Flu 2 x 5 América/RN, em pleno Maracanã; (b) Flu 1 x 4 Chapecoense, em pleno Maracanã; (c) eliminação precoce na Copa do Brasil para o Avaí/SC; (d) hábito de ressuscitar “mortos”, etc, etc, etc. Isso tudo num cenário de grana curta e ingressos caros.
Paradoxalmente, isso é bom pra Flusócio, pois torcedores passivos facilitam a má gestão do grupo. Algo como sucede no Brasil entre eleitores e eleitos.
Abro, agora, um curto espaço para destacar que vislumbro, grosso modo, duas formas de o torcedor protestar: (a) ir ao jogo e protestar; (b) não ir ao jogo para protestar. Sou adepto da primeira, mas respeito aqueles que se valem da segunda, inclusive sob o válido argumento de que protestos podem prejudicar um time jovem que já não é lá essas coisas jogando sem a pressão de insatisfeitos.
Voltando ao xis da questão, ou a Flusócio não consegue avaliar cenários – e é incompetente – ou consegue fazê-lo, mas não admite isso, obrando, assim, de má-fé argumentativa.
A quinta sentença – “Depois vão reclamar qdo o clube for obrigado a vender jogador.” – é, nada mais, nada menos, que um misto de mentira deslavada, desculpa esfarrapada e nova tentativa de divisão da torcida.Pela ordem, se o público fosse de 40.000 pessoas, o clube manteria o Pedro?[um milhão de risos] Data venia, o Sr. Dan Dan Infélix quis, mais do que repartir, transferir responsabilidades do seu grupo político para a torcida tricolor, com exceção dos “… 15k de sempre…”.
Enfim o tweet do Sr. Dan Dan Infélix é uma pérola às avessas.
Diante de tamanha desfaçatez, por pouco, não engasguei com um pedaço do geneal que estava comendo quando li a mensagem.
Como não tenho conta no Twitter, imediatamente, contatei alguns colegas do Portal FluNews para que eles respondessem ao luminar da Flusócio.
Por diversas razões – a principal das quais o banimento//bloqueio deles -, os mencionados colegas do FlunNews não puderam levar a cabo o meu pedido de contestação ao Sr.Dan Dan Infélix.
Pensei, então, como alternativa, em usar a conta no Twitter de minha filha. Conhecedor da contundência do Sr. Dan Dan Infélix, refleti e rechacei a ideia.
Tratava-se duma entre marmanjos – presumivelmente machos e altivos – e, por isso, pedi à minha filha que criasse, naquele momento, em pleno Maracanã, uma conta para mim no Twitter. Naturalmente, que teria zero seguidor.
Assim foi feito.
Em tempo, bem sabem os colegas que o meu telefone celular está ruim pacas – como provam os áudios fracionados que envio a torto e a direito. Por exemplo, no teclado virtual, não funciona, entre outras teclas, a “B”. Por isso, não pude criar a conta “André Barros”, mas, sim, “André Ferreira”, em letras minúsculas.
Ultimado o procedimento de abertura de conta, mandei um reply para o Sr. Dan Dan Infélix, ipsis litteris: “De onde você tirou autoridade para dar esporro na torcida? Sou dos 15.000 e tenho certeza de que amo mais o Fluminense que você. Aliás, acompanho o Flu, apesar desse câncer chamado Flusócio”.
Começa o jogo Fluminense x Bahia.
Termina o jogo, com resultado frustrante, diga-se de passagem. Bem fizeram os que não foram ao estádio.
Ao chegar em casa, recebo uma mensagem do Sr. Dan Dan Infélix, imediatamente apagada devido ao bloqueio de meu nome. Era algo assim: “Você tem 0 seguidor. Você é fake. Você entre os 15K? Oposição lamentável”.
Parafraseando o Pofexô Luxemburgo, respostas malcriadas “… pertencem…” a esse tipo de contenda.Ou seja, quem fala o que quer, ouve o que não quer.
Mas ouve, Sr. Dan Dan! Bloquear, de pronto, é sinal de menosprezo ao debate.
Não foi nem possível dar novo reply, Sr. Dan Dan. Onde está o seu apreço pela democracia?
Putz grilo!
Ora, assino todos os meus posts, numa demonstração inequívoca de oposição dura, duríssima, extremada, mas leal.
Nesse tom, ser tachado de fake pelo Sr. Dan Dan Infélix me incomodou sobremaneira.
Por isso, fui ao Facebook – plataforma que uso pouquíssimo – e deixei a seguinte mensagem ao Sr. Dan Infélix: “Abri uma conta no Twitter hoje apenas para te responder – ‘André Ferreira’. […] Você me chamou de fake […] Sou uns dos 15.000 de sempre […] E amo mais o Fluminense que você e essa Seita Maldita […] Se quiser me encontrar, sou Auditor Fiscal como o fantoche do Abad. […] Até as pragas do Egito terminaram […] Um dia, vocês sairão corridos do Fluminense […] Discuto Fluminense com vc na hora e lugar que você quiser – com mais elegância, educação e conhecimento…”.
Até o momento em que escrevo, o Sr. Dan Dan Infélix não me respondeu.
Caminhando para o fim, se algum dos meus poucos leitores tiver como fazer chegar esse artigo – ou melhor essa exortação – ao Sr. Dan Dan Infélix, agradeço penhoradamente.
Aqui, no Canal FluNews, ninguém é banido por mera diferença de opinião. Eventual resposta dele – em reverência à tolerância e à democracia, valores conquistados a duras penas – será publicada na íntegra, sem retoques.
Estabelecer-se-ia- entre nós dois e, também, outros- um debate fértil a bem do Fluminense F. C, pois o Sr. Dan Dan, inegavelmente, é um bom argumentador e profundo conhecedor das entranhas do clube. Seria, por exemplo, uma excelente oportunidade para eu tirar algumas dúvidas sobre a contabilidade do Fluminense, em especial as contas do Sr. Peter Siemsen.
Saudações tricolores
André Ferreira de Barros tem 50 anos, acompanha o Fluminense em estádios desde a final da Taça Guanabara de 1975 e acha que a Flusócio tem que deixar o Tricolor e tentar a sorte no Boavista.