O principal objetivo no ano é erguer, pela primeira vez, a taça da Sul-Americana. Mas o Fluminense terá dificuldades, inclusive, nesta quinta-feira, quando enfrenta o Defensor. Com algum conhecimento do adversário, Marcelo Oliveira avisa aos tricolores sobre o jogo duro que espera no Maracanã e, daqui a duas semanas, no Uruguai.
– Time de boa tradição no Uruguai. Já joguei lá, enfrentei na Libertadores pelo Cruzeiro. É a terceira força do país, um time muito perigoso. O futebol uruguaio é sempre muito competitivo e eles encaram esse tipo de competição com toda entrega. Certamente teremos dificuldades no jogo – alertou, antes de explicar como estudou as características do Defensor:
– Temos as informações básicas. Amanhã temos reunião com nosso observador que faz essa pesquisa. Tem bom cabeceio, bola parada, contra-ataque. Vamos ter que ter paciência, jogadas pelo lado do campo. Temos que impor nosso jogo forte, marcação mais alta, tentar fazer o primeiro gol para eles se abrirem.
Desfalcado de Júnior Dutra, que tem edema na coxa e se ausentou do treino desta quarta-feira, o técnico, provavelmente, recorrerá a Marcos Júnior, poupado no sábado, para reforçar o time. Para ‘inflamar’ os jogadores, como na semana passada, ele conta com o apoio da torcida, a quem considera o grande trunfo para superar os uruguaios. A promessa é de estádio cheio, afinal, um setor, o Leste Superior, está esgotado.
– Temos a torcida a favor. Nesse tipo de competição, temos que estar atentos. Primeira situação é ganhar, a segunda é não levar gols. Maracanã deve sempre ser um trunfo para o Fluminense. Muitas vezes enfrentei o Flu no Maracanã e sofri com isso. O mando não é só o gramado, costume de jogar no estádio, mas também o apoio e a parceria com o torcedor. O jogador sabe que vai ser cobrado e precisa dar resposta positiva – disse.
Experiente em torneios de mata-mata, Marcelo Oliveira quer que a equipe esteja pronta para chegar o mais longe possível na Sula. Mas, ao mesmo tempo, lamenta a tradicional maratona de jogos no Brasil e destaca o desgaste físico como um empecilho.
– Queremos ser campeões da Sul-Americana, passar por etapas difíceis, conseguir uma posição melhor no Brasileiro. O trabalho está bom, assim como a resposta dos atletas. Pouco a pouco, o time vai ganhando corpo, se entrosando. A ausência de atletas por desgaste é ruim, mas acontece com todas as equipes. O calendário é cruel.
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Preocupado com desgaste?
– Não diria preocupado, mas tentando rodar jogadores. Tivemos tempo para treinar durante a Copa, foi bom. Mas aí fazemos quatro jogos em dez dias, duas viagens para o Nordeste… Desgasta muito. Perdemos um jogador (Júnior Dutra), outro não pôde jogar contra o Ceará (Marcos Jr). Isso banalizou no Brasil. Vamos encarar e valorizar quem pode entrar. No Brasil, o time que vai bem é penalizado por disputar várias competições.
Classificação na altitude de mais de 4 mil metros, na primeira fase
– Tudo vale a pena pelo nosso trabalho. Às vezes, tem que se superar. Essa superação pode nos fortalecer. A competição é importante e esperamos fazer um jogo forte para impor nossa condição de mandante.
Calendário brasileiro
O planejamento do futebol brasileiro se equivoca em algum momento. Ceará jogou na segunda, tivemos clássico na quarta, viagem na quinta para jogar no sábado. O jogo poderia ser no domingo. Não tivemos o Marcos Jr, que estava propenso à lesão, mas já voltou a treinar, e perdemos o Júnior Dutra, que sentiu um incômodo e deve ficar uns dias parado.
Primeiro mês no Fluminense
Estou satisfeito com a entrega dos jogadores, o comprometimento. É um trabalho recente, o time ainda necessita de ajustes para que eu possa conhecer melhor o jogador atuando. Esse período de treinamento te dá uma ideia, mas é preciso ver o atleta competindo, sob pressão. Estamos com o desafio da oscilação do time, precisamos ser mais regulares, constantes. Espero que isso aconteça o mais rapidamente possível.
Reforços
– Sempre estamos atentos no mercado. Ainda mais para algum jogador que possa chegar e vestir a camisa de imediato. Uma ou outra contratação seria importante, mas está complicado. Temos no clube jogadores que podem formar um time forte para atingirmos nossos objetivos.
Derrota para o Ceará
– Ninguém ficou satisfeito com o resultado, expectativa era grande. Era possível vencer, mas o Ceará se mobilizou muito para o jogo. Vamos passar adversidades, tentar absorver, sem remoer. Foram quatro jogos, sendo três fora de casa, e conquistamos sete em 12 pontos possíveis. Está razoável. A chave virou, agora é a Sul-Americana.
Escalação
– Não vou revelar. Vamos trabalhar hoje e amanhã. Não que tenha dúvidas. Temos duas opções ali no meio, mas não tem tanto mistério assim. Esperamos um time ofensivo e competitivo também.
Formas de montar o time
– Estava jogando com três volantes, mas com um saindo bastante (Jádson). Vamos estudar novas alternativas, esse treinamento vai servir para isso. O adversário tem três zagueiros, bola parada forte.
Saudações Tricolores,
Nicholas Rodrigues.