Desgastado, Abelão aponta saída de Paulo Autuori como estopim para demissão

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Querido pela maioria da torcida, Abel Braga deixou o Fluminense, onde estava desde o fim de 2016, em meados de junho. Ele mesmo confessou que a saída de Paulo Autuori, no mês anterior à sua demissão, foi o estopim para sua decisão. Sem o elo entre diretoria e elenco, o técnico perderia a ‘blindagem’ que ganhou em janeiro, quando da chegada do ex-diretor de futebol, e reviveria o filme de 2017.

– Fiquei um ano e meio no Fluminense, foram muitos problemas. A saída do Paulo me quebrou, não dava para viver aquilo de novo. Ia chegar o momento do desgaste, não tinha o que fazer. Iam me tirar, a situação poderia estar complicada. Mas volto a frisar: entrei sabendo de tudo desde o primeiro dia – afirmou, antes de complementar:

– Ele (Paulo Autuori) saiu antes da Copa e fiquei acho que mais duas semanas. Sem o Paulo, o jogador não tinha a quem recorrer. Eu tinha que resolver, dar explicação. Isso já tinha me desgastado muito no ano passado.

Também em razão do grupo enxuto, Abelão viu o time despencar, emendando quatro derrotas consecutivas. Ele, que sempre alertava sobre a necessidade de reforços, lamentou a dificuldade da diretoria em negociar contratações, meses atrás. Novidade do segundo semestre, Júnior Dutra, por exemplo, era um dos pedidos do treinador.

– Achava que esse ano o negócio ia melhorar. Se já tivesse desde o início esses reforços que chegaram agora… Mas é isso, o presidente trouxe no momento que deu. Por isso só levo alegrias, fui feliz lá mais uma vez – garantiu.

– Eu pedi o Dutra em janeiro do ano passado. Vi no Avaí e pensei: ”Quero esse cara”. Não deu. Agora veio o Luciano, dizem que o Cabezas joga demais. Vai fazer uma campanha legal.

Quando percebeu que a vontade de Autuori era abandonar o cargo, mesmo poucos meses depois de assumir, Abel Braga tentou convencê-lo a esperar até a parada para a Copa do Mundo. Mas a tentativa foi em vão, especialmente com a proposta da Bulgária, onde o ex-cartola do Fluminense retomou a carreira de treinador e, pelo Lugadorets, já foi até campeão.

– Todo dia o Autuori falava que queria conversar comigo e eu fugia. Uma hora eu falei que sabia o que ele queria dizer. Pedi para ele segurar a onda. Tudo o que eu queria não aconteceu, não estava dentro do que eu esperava, mas pedi para ele segurar até a Copa. E aí definiríamos numa boa. O grupo adora ele. Se o Paulo falasse ”A” para os jogadores, tinha que ser daquele jeito. Se mudasse para ”B”, complicava. Por isso confiavam nele. Surgiu um problema pequeno uma vez e ele, antes de sair, já tinha recebido essa proposta da Bulgária. Mas as duas coisas se complementaram: o problema, que ele não gostou, e a proposta.

Saudações Tricolores,
Nicholas Rodrigues.

Fonte: Globoesporte.com.

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