Convidado a se arriscar como técnico do time de Ricardo Berna em jogo que marcou a despedida do goleiro, Mário Bittencourt se dispôs à entrevista ao Canal FluNews, após o amistoso de sábado, na FluFest, direto do gramado do estádio da sede. Feliz em vivenciar um momento especial para o agora ex-jogador, o advogado voltou os olhos para a fase do futebol do Fluminense em 2018.
– É um momento bem difícil, mas temos que tentar sair dessa. Chegou outro treinador, temos que dar todo apoio a ele, ao trabalho do Marcelo Oliveira. E torcer sempre para o Fluminense vencer. Esperamos que o clube volte a andar nos trilhos ainda nesse Campeonato Brasileiro, possa fazer uma boa Sul-Americana e, quem sabe, disputar o título – disse, esperançoso.
A queda de rendimento do time e as polêmicas envolvendo a diretoria desanimaram a torcida. Mas mais que isso: geraram inconformidade. É por isso que críticas a Pedro Abad, nas redes sociais e em forma de protestos, se tornaram comuns. Apesar do ambiente tumultuado, Mário faz apelo aos tricolores.
– Peço à torcida que não abandone o clube em momento nenhum. As pessoas passam por aqui e a instituição continua. São 116 anos de história. Todos nós que passamos por aqui tivemos o nosso momento. Alguns de vitória, outros de derrota. Mas o Fluminense é maior que qualquer um. É importante que a torcida encha o Maracanã e apoie. Que deixe de lado qualquer questão que não seja o jogo – afirmou.
De maio para cá, o Flu sofreu uma dança de cadeiras. Cinco vice-presidentes, ligados à coalizão Unido e Forte, renunciaram. Houve, ainda, a demissão de Marcos Vinícius Freire, que deixou o cargo de CEO para Fernando Simone, contratado, inicialmente, para ser assessor da presidência. Conhecedor do clima no Fluminense, Mário Bittencourt nega qualquer pedido de Abad para se juntar à gestão.
– Nossa relação é cordial. Como ele mesmo falou (ao Globoesporte.com, há um mês), nós não somos amigos, nem perto disso. Mas também não somos inimigos. Eu fui candidato e desejei a ele toda sorte do mundo quando ganhou, é óbvio. Não faço parte da diretoria e nem fui convidado a ajudar. As pessoas sabem que, no futuro, se houver alguma possibilidade de voltar a ajudar o Fluminense, independente de quem estiver no cargo, eu o farei – admitiu, antes de completar a resposta:
– Trabalhei aqui por quase 20 anos como advogado. Advoguei nas duas gestões de Davi Fischel, Horcades e Peter. E sempre falei aos presidentes que eu não advogo para eles. Advogo para o Fluminense. Então, se, um dia, o clube entender que eu posso contribuir novamente, o farei. Senão, continuo contribuindo como torcedor, pagando meu ingresso e levando as minhas filhas.
Contestado pela maioria da torcida e por conselheiros, Pedro Abad é o alvo de oposicionistas que se movimentam para tentar um impeachment. A ideia é reunir o maior número de assinaturas possível para protocolar o processo no Conselho Deliberativo. Embora o tema esteja em alta nos bastidores de Laranjeiras, Bittencourt prefere, por enquanto, o silêncio.
– Acho que não é uma questão para se falar em um dia como esse, de festa. O aniversário do clube está acima disso. Devemos olhar para frente e torcer para que o time melhore. Depois pensamos em política.
Saudações Tricolores,
Nicholas Rodrigues.