Angioni discorda de rótulo de ‘ultrapassado’ e vê chance de inovar no Fluminense

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Na terça-feira, a imprensa e os torcedores, enfim, conheceram quem ocupará as vagas de Paulo Autuori e Abel Braga, que entregaram o cargo em maio e junho, respectivamente. Enquanto Marcelo Oliveira é a grande novidade do Fluminense, onde trabalhará pela primeira vez, Paulo Angioni, apresentado no mesmo dia, é personagem conhecido nas Laranjeiras, por onde acumula outras três passagens.

Experiente, Angioni se disse capaz de implantar uma nova forma de se fazer futebol. É, inclusive, seu principal objetivo e o motivo pelo qual concordou em retornar ao clube. Ao expor como pode contribuir, destaca que o esporte é um meio extremamente capitalista e que, se alcançar o plano traçado, pode mudar este quadro.

– Não vim aqui por desafio. Vim por duas razões. Primeiro, nasci Fluminense e não é clichê. Segundo, o Fluminense tem uma das coisas mais lindas do futebol: o futuro em curso. Se forem analisar a complexidade que é disputar um Brasileiro, que é literalmente capitalista, com a disparidade na distribuição de receita, tem 10 ou 12 equipes que entram para sofrer. Tive três temporadas no Bahia. Cheguei lá na Série B, subi para a Série A e sei a dificuldade de se manter. E onde está a beleza do que o Fluminense pensa? Naquilo que o futebol brasileiro esqueceu: a formação do jogador. O futebol brasileiro erra quando encerra a maturação aos 19 ou 20 anos. Se o Fluminense conseguir êxito no Brasileiro, vai patentear uma nova forma no futebol, na qual o grande capital não vai influir tanto no andamento de uma competição. Se isso vier a se consolidar, teremos um futebol menos sofrido e mais eficaz. Por isso, entendi que o Fluminense era um projeto interessante para mim – explica.

Embora se julgue instruído para inovar, o diretor-executivo relembra episódio de 2014, última vez em que esteve à frente do futebol do Tricolor, quando ganhou o rótulo de ‘ultrapassado’. As críticas partiram de grupos políticos. O profissional, entretanto, discorda.

– Não vou entrar no mérito de quem me chamou de ultrapassado. Costumo respeitar a opinião dos outros. Agora, o que significa isso? A palavra “ultrapassado”, para mim, é um pouco pejorativa. Ultrapassada é aquela pessoa que para de pensar, que deixa de evoluir, que vira velho. Não me enquadro nisso. Eu sou uma pessoa que gosta de exercitar o diálogo, criei seminário durante três anos e conversava sobre futebol com jovens. Eu me incluo no “novo” porque eu exercito isso. Eu sou estudioso. Criei um dos maiores fóruns de debate sobre futebol no país. Respeito a opinião de cada um, mas, com certeza, não sou ultrapassado – garante.

Quanto à ‘inter-temporada’ do Fluminense, iniciada em 26 de junho, Paulo Angioni avisa que a ideia de jogos-treinos foi colocada em pauta. O time retoma sua campanha no Campeonato Brasileiro enfrentando o Vasco, em São Januário, dia 19 de julho.

– Primeira conversa que tive com ele (Marcelo Oliveira), estavam esboçando programação e me parece que tem dois jogos-treino, em princípio, podendo ser três, neste período.

Saudações Tricolores,
Nicholas Rodrigues.

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