Abel Braga questiona decisões do árbitro e explica reflexo da eliminação: ‘A gente sente na alma’

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O sonho de avançar e, quem sabe, ganhar o título da Copa do Brasil terminou na noite desta quinta-feira. Derrotado pelo Avaí duas vezes (2 a 1, no Rio; 1 a 0, em Santa Catarina), o Fluminense dá adeus à disputa ainda na terceira a fase e perde a chance de lucrar com o torneio que melhor premia. Mas o reflexo da eliminação vai além da questão financeira: mexeu com a alma do elenco, que desejava ir mais longe, disse Abel Braga.

– A gente sente é na alma. Não fomos eliminados pensando em passar de fase pelo dinheiro. A realidade do futebol não é essa. A realidade do Fluminense é que a gente sabe que tem de chegar mais gente. Passando ou não de fase. As substituições são rotineiras, percebeu? São sempre as mesmas. Isso chateia pois queríamos ir mais longe e acho que jogamos para isso. Lutamos. A segunda derrota do time no ano, as duas para o Avaí. Nos esforçamos para ter uma sorte melhor. A gente queria ter dado resposta ao torcedor. Lutamos, mas finalizamos pouco. O domínio não foi suficiente – opina.

O panorama do jogo foi de domínio total do Tricolor, que pecou por ter finalizado pouco – único momento de perigo foi a bola no travessão, em chute de Pedro. A expulsão de Getúlio, aos 17’ do 2º tempo, encheu os torcedores de esperança, frustrada logo em seguida. Aproveitando a superioridade numérica, Abelão decidiu apostar em Dudu. O garoto, porém, levou o vermelho com seis minutos em campo.

– Estávamos  com um a mais quando o Dudu entrou. Pensei em ter mais um jogador na área. Empatar ou perder era o mesmo. Jogamos o suficiente para tirar a vantagem que eles construíram no Rio. Até o momento da segunda expulsão. Mas o Dudu não foi imaturo. O árbitro foi extremamente rigoroso. O menino não tinha tocado na bola, não tinha feito uma falta. O garoto está achando que ele foi o responsável pela derrota. Não foi nada. Os responsáveis fomos nós. É um menino. Isso o fará aprender. Foi uma encenação muito grande do João Paulo. Quando o time da casa está com um jogador a menos, temos que ter muito cuidado com as ações. Apesar de a ação dele não ter sido para cartão vermelho – avaliou.

Embora tenha tentado evitar falar em arbitragem, o técnico lembrou de dois lances em que viu erro do árbitro, Vinicius Gonçalves Dias Araújo. O primeiro foi a opção por expulsar Dudu. A segunda reclamação foi sobre um suposto pênalti de Aranha em Sornoza.

– Não estou reclamando de arbitragem, o Avaí poderia ter aumentado em contra-ataques. Mas a entrada do Aranha foi muito clara. Ele foi totalmente no jogador. Tocou e tocou forte.


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Análise da partida

Não é que adorei o primeiro tempo. Tivemos algumas saídas de bola erradas e proporcionamos alguns contra-ataques. Mas ter terminado o primeiro tempo empatado foi injusto. No segundo, após a expulsão deles, mudamos sem substituição. Voltamos a ter domínio. Foi claro. Só que no meu time, alguns jogadores meus não tem a característica de entrar na área. Fica desigual ao Pedro. E aí botei o menino (Dudu), para ter mais um jogador de referência. A pena foi quando coloquei o Matheus para abrir o time e sofremos o gol sem ele tocar na bola.

Time alternativo para domingo, pelo Carioca

Vamos domingo agora com equipe diferente. Procurar dar ritmo a outros jogadores. Entram sempre os mesmos, né? É complicado. Paciência. Não estou chateado com os jogadores. Estamos tristes pela eliminação. Às vezes, se trabalha certo e não se consegue o resultado. Eles lutaram muito. Sobrou garra, vontade e luta. Aconteceu em um momento que não era para acontecer.

O futuro do Fluminense

Fluminense segue um caminho dentro do que tem de possibilidade. A gente sabe que tem de se reforçar mais. É natural. Não podemos encarar o ano com um grupo de 23 jogadores de linha, com 10 da base. Como foi no ano passado.

Derrota para um clube que vai jogar a Série B em 2018

Eles estavam na primeira no ano passado, ainda não disputaram a segunda. Caíram, como caiu o Atlético-GO, como já caiu o Grêmio, como já caiu o Fluminense, o Vasco, o Botafogo. Não são times de Série B. Passaram por lá. Mas, sim, temos de melhorar. Sobre o time, não vou mudar absolutamente nada na maneira de jogar. Temos de melhorar individualmente e coletivamente.

Saudações Tricolores,
Nicholas Rodrigues.

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