Sei perfeitamente que o torcedor se atenta às questões que envolvem o time de futebol, jogos e etc., deixando um pouco de lado as outras questões que envolvem o Fluminense.
Contudo, entendo ser importante que esse mesmo apaixonado por futebol se inteire sobre o que está acontecendo, hoje, no Fluminense.
O vazamento do e-mail do Marcelo Teixeira para o empresário Eduardo Uram, envolvendo o jogador Diego Souza, acabou sendo, a meu ver, a pá de cal que faltava para sepultar, de uma vez por todas, a permanência desse indivíduo, uma eminência parda, nos quadros do Fluminense.
Não há dúvida alguma de que Marcelo Teixeira direcionou o aludido e-mail ao empresário do Diego Souza porque se via absolutamente autorizado pelo o presidente Pedro Abad, independente da autorização ter sido dada de forma verbal. E assim se diz, sem receio algum, porque o Abad já teria vindo a público, certamente, prestar satisfações aos sócios e torcedores, caso não tivesse autorizado Marcelo Teixeira a falar em seu nome.
Prosseguindo, no frigir dos ovos, quando a onça foi beber água, Marcelo Teixeira acabou sendo largado à própria sorte, abandonado literalmente, na medida em que o Fluminense, na ação intentada, de afogadilho, contra o SPORT e o São Paulo, com o propósito explícito de remediar a lambança produzida por essa trupe confusa, foi obrigado a dizer, textualmente, que o badalado e-mail foi “ASSINADO POR QUEM NÃO É INVESTIDO EM NENHUMA DAS PRERROGATIVAS ESTATUTÁRIAS DE REPRESENTAÇÃO DO ‘FLUMINENSE’”.
Trocando em miúdos, em âmbito judicial, Marcelo Teixeira foi formal e publicamente desautorizado pelo próprio Fluminense, dando a ação ajuizada a entender que esse mesmo Marcelo Teixeira agira por conta própria e à revelia absoluta da presidência. E não é só, porquanto está mais do que evidente que o Fluminense se viu obrigado a ingressar em juízo para evitar um prejuízo de R$ 4 milhões, prejuízo que seria imposto à secular instituição, graças a um ato isolado de Marcelo Teixeira.
Diga-se que a atuação do escritório de advocacia contatado para esse trabalho merece todos os aplausos, tendo conseguido decisão liminar que determina o depósito judicial do valor da negociação envolvendo o jogador Diego Souza, cabendo ao clube agora pugnar para que Marcelo Teixeira ressarça o Fluminense pelas despesas que o clube está tendo com esse processo, incluindo os justos honorários que estão sendo pagos ao competente escritório.
Diante de todo esse imbróglio não resta alternativa exigir, até mesmo por uma questão de coerência, a imediata demissão dessa figura, uma verdadeira caixa preta, até então, absolutamente intocável. E não só a demissão sumária, pois Marcelo Teixeira, a julgar pelo o que diz a petição inicial da ação promovida pelo Fluminense (Processo n.º 0035738-17.2018.8.19.0001), precisa responder também pelo dano financeiro causado ao clube, caso o seu e-mail venha a ser interpretado como o instrumento que alterou o contrato original.
De qualquer sorte, que fique claro que o Fluminense somente ingressou em juízo porque o e-mail do Marcelo Teixeira autorizou Eduardo Uram a negociar o jogador por valor inferior ao inicialmente estipulado em contrato.
Pedro Abad precisa prestar satisfações, sim, a todos nós, sócios e torcedores, na defesa de todos os nossos direitos e interesses, esclarecendo de uma vez por todas mais um canhestro episódio, o que se relaciona à autorização, a princípio, dada ao Marcelo Teixeira.
Financeiramente, estamos combalidos, buscando parcerias e tentando captar recursos em todos os lados, só que a nossa imagem se encontra bastante desgastada, não se podendo negar que todo o nosso desgaste decorre dos atropelos praticados pela a própria gestão.
Por outro lado, internamente, o momento político é conturbado, fala-se em insurreição, em golpe silencioso orquestrado por base de apoio, fala-se em propagação do ódio por parte da oposição, fala-se em impeachment por todos os poros, enfim, mas a verdade nua e crua é que a própria gestão, paulatinamente, envidou esforços para que as coisas saíssem do seu controle, haja vista todas as confusões que começaram a ser divulgadas, a contar da assunção do Abad. E o silêncio do mesmo, em determinados momentos, cá entre nós, acabou lhe sendo prejudicial ao extremo.
Não defendo o discurso que apenas difama, injuria, calunia, desqualifica, desmoraliza, sempre na busca do reconhecimento pessoal do ofensor, enfim, até porque em nada contribui para solucionar problemas. Todavia, sem querer ser desrespeitoso com quem quer que seja, entendo que chegamos a um ponto em que uma objetiva definição precisa ser dada, posto que a credibilidade, incontestavelmente, encontra-se abaixo de zero, sendo certo que quando se perde a credibilidade, infelizmente, perde-se tudo, incluindo aí a capacidade de gerir.
É chegado o momento em que as pessoas precisam, efetivamente, se posicionar e decidir o que realmente querem para o Fluminense.
Saudações Tricolores!!!
Marcello Luna – Conselheiro do Fluminense.